
A luta para emagrecer é mais comum do que você imagina
Se você já tentou emagrecer e teve dificuldade, saiba que você não está sozinho.
A obesidade é um problema de saúde pública no mundo todo.
E apesar do acesso a dietas, academias, suplementos e procedimentos, muita gente ainda sofre para perder peso de forma duradoura.
Mas por que isso acontece?
Neste artigo, vamos te explicar por que emagrecer é tão difícil, mesmo quando você faz tudo “certo”.
Você vai entender os fatores hormonais, comportamentais e genéticos que interferem no seu processo — e como usar esse conhecimento a seu favor.
Quem é o médico que trata a obesidade?

O sobrepeso ou a obesidade merecem cuidado especializado — e é exatamente isso que a Dra. Camila oferece.
Médica endocrinologista formada pela UFRN, com residência em Endocrinologia e Metabologia pela USP e título de especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Dra. Camila une conhecimento científico a uma escuta atenta para cuidar de cada paciente de forma única.
Com mais de seis anos de experiência, também atua como preceptora (formando novos médicos) e pesquisadora (acompanhando o surgimento de novas terapias). Isso significa que você será atendido(a) por alguém que alia prática clínica, ensino e ciência em benefício da sua saúde.
Mas, acima de tudo, acredita que a verdadeira medicina vai além dos exames e receitas.
É sobre ouvir sua história, compreender suas necessidades e construir um plano de cuidado realista e eficaz.
O resultado? Mais tranquilidade, controle e prevenção de doenças, hábitos saudáveis e qualidade de vida para que você possa:
- Compreender a sua própria saúde
- Estar presente nos momentos que importam
- Sentir-se bem no seu corpo
- Envelhecer com saúde e autonomia
O que dizem os pacientes da Dra. Camila



Emagrecer não é só “ter força de vontade”
Muita gente acredita que quem não consegue emagrecer é porque não tem disciplina.
Mas isso não é verdade.
A ciência já mostrou que o peso corporal é regulado por mecanismos muito mais complexos do que a força de vontade.
Fatores que influenciam a dificuldade em emagrecer:
- Genética
- Alterações hormonais
- Funcionamento do cérebro
- Ambiente em que você vive
- Medicamentos
- Sono e estresse
- Relação emocional com a comida
Emagrecer envolve muito mais do que comer menos e se exercitar mais.
O que é obesidade?
A obesidade é uma doença crônica e recidivante causada pelo excesso de gordura no corpo.
- É considerada CRÔNICA porque não temos uma cura, mas podemos ter um controle.
- E é considerada RECIDIVANTE porque vários mecanismos do nosso corpo fazem o peso corporal subir novamente.
Como eu sei se eu tenho obesidade?
A definição da obesidade é relacionada ao cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), que representa a relação entre o seu peso e a sua altura.


Além do IMC, outras informações são importantes:
- Percentual de gordura corporal
- Circunferência abdominal
Hormônios que dificultam o emagrecimento
O corpo tem um “sistema de defesa” contra a perda de peso.
Quando você começa a emagrecer, o seu corpo entende isso como uma ameaça — e ativa mecanismos para impedir que você perca mais peso.
Os principais hormônios envolvidos nesse processo são:
- Leptina: produzida pelas células de gordura, ajuda a controlar a saciedade. Quando emagrecemos, os níveis de leptina caem — e sentimos mais fome.
- Grelina: conhecida como o “hormônio da fome”. Seus níveis aumentam quando perdemos peso.
- Insulina: além de controlar o açúcar no sangue, também tem papel na regulação do apetite.
- Cortisol: o hormônio do estresse pode favorecer o acúmulo de gordura, principalmente abdominal.
O cérebro e o peso corporal: por que ele “sabotaria” seu emagrecimento
Nosso cérebro tem uma área chamada hipotálamo, que regula várias funções do corpo — inclusive o peso.
O que isso significa?
Que existe um “ponto de ajuste” (set point) que o corpo tenta manter.
Quando você emagrece, o cérebro interpreta isso como uma ameaça e ativa mecanismos para aumentar a fome e reduzir o gasto de energia e a saciedade.
Isso acontece porque, do ponto de vista biológico, perder gordura pode representar risco de vida (como era lá na época dos homens das cavernas, quando havia pouca comida disponível).

Por que fazer dieta muito restrita pode piorar o problema
Você já fez alguma dessas dietas?
- Dieta da sopa
- Jejum prolongado sem orientação
- Cortar totalmente carboidrato
- Comer menos de 800 calorias por dia
Essas estratégias até podem gerar perda de peso rápida, mas são difíceis de manter.
E pior: o corpo responde “lutando contra” e a composição corporal piora.
- Aumenta a fome
- Diminui o metabolismo
- Reduz a massa muscular
- Gera compulsão alimentar
O resultado é o famoso “efeito sanfona”: emagrece, engorda tudo de novo (ou mais).

Mas o que é a composição corporal e qual a relação com emagrecimento?
A composição corporal representa a quantidade que possuímos de diferentes tecidos. De maneira geral, dividimos em 4 grandes grupos:
- Músculo
- Gordura
- Ossos
- Líquidos (água)
Cada tipo de tecido tem um papel específico no funcionamento do nosso corpo e no controle do gasto de energia.
- O músculo é um tecido muito ativo e que gasta energia. Quanto mais músculo, maior o nosso gasto de energia e mais fácil perder peso.
- A gordura é um tecido que serve para armazenar energia. Quanto mais gordura, mais guardamos a energia, mais inflamação e mais difícil perder peso.
Quando falamos em “perder peso” queremos dizer “perder gordura”.
Fatores emocionais que interferem em quem quer emagrecer
A comida tem papel importante na nossa cultura e emoções.
Muitas vezes, comemos não por fome, mas por:
- Ansiedade
- Tédio
- Estresse
- Tristeza
- Alegria (comida como recompensa)
- Demonstração de afeto (comida como presente)
- Socialização (sair para comer com os amigos, almoço de família no domingo)
Essa relação emocional com a comida pode tornar ainda mais difícil seguir um plano alimentar saudável. É muito importante tentar reconhecer qual o papel que a comida desempenha na sua vida.
Atenção: Isso não significa que você não tem controle.
Significa que seu corpo e seu cérebro estão reagindo como foram programados para reagir.
O momento da refeição influencia no emagrecimento
Além das emoções e das relações sociais, prestar atenção ao nosso comportamento durante as refeições também é fundamental.
Enquanto estamos comendo, os estímulos visuais, físicos e da mastigação avisam ao nosso cérebro que estamos nos alimentando. A partir disso, a nossa fome diminui e, a partir de certo ponto, nos sentimos saciados com a refeição.
Se nos alimentamos de forma rápida, prestando atenção ao celular ou à televisão, sem mastigar adequadamente, o nosso cérebro não terá tempo suficiente para enviar o sinal de que já estamos satisfeitos – ou podemos não perceber quando esse sinal chegar.
Durante as refeições é muito importante:
- Comer consciente, prestando atenção no sabor e na textura dos alimentos
- Evitar comer utilizando telas – celular, televisão
- Ter um local específico para realizar as refeições
- Mastigar bem os alimentos e comer devagar
- Evitar deixar travessas de comida sobre a mesa (maior estímulo para repetir ou colocar mais comida no prato)
- Ficar atento aos sinais do seu corpo de que já está saciado (já comeu o suficiente)
- Evitar bebidas que contém calorias – as calorias líquidas
Distúrbios hormonais que dificultam emagrecer
Algumas condições clínicas também atrapalham o processo de perda de peso.
Entre as principais causas hormonais, estão:
- Hipotireoidismo
- Síndrome dos ovários policísticos (SOP)
- Resistência à insulina
- Menopausa
- Distúrbios do cortisol (como síndrome de Cushing)
Essas condições devem ser investigadas por um médico endocrinologista, especialmente quando há dificuldade em emagrecer mesmo com dieta e exercícios.
Medicamentos que podem atrapalhar o emagrecimento
Alguns remédios têm como efeito colateral o aumento de peso ou a dificuldade de perder gordura corporal.
Exemplos:
- Antidepressivos
- Anticoncepcionais
- Corticoides
- Antipsicóticos
- Remédios para epilepsia
- Alguns remédios para diabetes
É sempre importante discutir com seu médico se os medicamentos podem estar interferindo no seu peso.
O papel do sono e do estresse no emagrecimento
Dormir mal ou viver em constante estresse ativa mecanismos inflamatórios no corpo e aumenta a produção de cortisol.
O resultado?
- Mais fome
- Desejo por alimentos calóricos
- Menos controle sobre o apetite
- Metabolismo mais lento
E tudo isso gera um ciclo difícil de quebrar.
Então, o que realmente funciona para emagrecer de forma duradoura?
Agora que você entendeu os desafios, é hora de ver o que ajuda de verdade.
Estratégias que funcionam:
- Alimentação saudável e equilibrada, com plano individualizado, incluindo alimentos que aumentam a saciedade e tem menor quantidade de calorias
- Atividade física regular, mesmo que moderada
- Sono de qualidade
- Gerenciamento do estresse
- Acompanhamento médico e nutricional
- Psicoterapia ou apoio emocional
- Em alguns casos, uso de medicamentos seguros e supervisionados
O foco deve estar em mudança de estilo de vida, não em soluções temporárias.
Quando procurar ajuda médica para emagrecer
Você deve procurar um endocrinologista se:
- Tem dificuldade em emagrecer mesmo com dieta e exercícios
- Ganha peso com facilidade, sem motivo claro
- Tem suspeita de distúrbios hormonais
- Está com sobrepeso ou obesidade e quer emagrecer com segurança
- Tem histórico familiar de obesidade, diabetes ou outras doenças metabólicas
O acompanhamento especializado ajuda a entender as causas e traçar estratégias seguras e eficazes.
Emagrecer é um desafio real, mas possível
A obesidade não é uma escolha. É uma condição complexa, influenciada por muitos fatores que vão além da força de vontade.
Entender como seu corpo funciona é o primeiro passo para mudar com consciência — e para sempre.
Se você sente que está lutando contra o próprio corpo para emagrecer, procure orientação.
Um plano bem feito, com base científica, faz toda a diferença.
Quer ajuda para emagrecer com segurança?
Agende uma consulta com endocrinologista e descubra a melhor estratégia para o seu caso.
Nota: Este artigo foi escrito em uma linguagem simples e acessível para proporcionar uma leitura mais clara e agradável para quem não é da área da saúde. Também é importante lembrar que cada pessoa é única, e apenas uma consulta médica pode avaliar seu caso de forma individualizada e definir se há necessidade de exames, diagnósticos ou tratamentos específicos. Não substitua a avaliação de um profissional especializado.
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Referências:
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica
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